A difícil tarefa de organizar eventos culturais em espaços públicos.

Por em 07/06/2010

Por Carlos Ferreira
Produtor Cultural

A organização de um evento cultural de caráter popular é uma tarefa desafiadora e extremamente envolvente.

Organizar uma feira tradicional de caráter popular em espaço público e com acesso gratuito exige mais do que um esforço e competência na organização, é preciso criatividade e uma visão estratégica de convencimento de patrocinadores e expositores.
O convencimento não é uma tarefa fácil, pois os eventos realizados em espaços públicos estão condicionados a diversos fatores que vão além do local físico onde é realizado, seja numa praça, rua, avenida, parque ou mesmo em espaços comunitários, as questões climáticas, as possibilidades de acesso e a própria estrutura do local, a qual muitas vezes precisa de adaptações e projetos que envolvam estudos de arquitetura e engenharia.
Qualquer evento ou atividade que se realize em espaço público, como manifestações culturais, econômicas ou políticas, precisam ter o envolvimento do poder público local na autorização do uso devido do mesmo, seja na orientação do fluxo de trânsito ou do respeito a espaços preservados do patrimônio cultural. Todo este complexo de detalhes exige da organização uma atenção detalhada de todos estes requisitos para que o evento tenha êxito com resultados positivos.
Um novo desafio
A Feira do Livro de Pelotas que completa neste ano a sua 38ª edição, tem um enorme desafio. A partir do planejamento estratégico elaborado em 2007, a Câmara Pelotense do Livro, entidade representativa do setor livreiro local e, proponente oficial da feira, orientou suas ações objetivando tornar este evento no maior projeto cultural literário do sul do país.
Seguindo o plano de ação, algumas etapas foram importantes para que as metas fossem cumpridas de forma a atingir os propósitos do planejamento estratégico. A primeira delas serviu para a reestruturação interna da entidade, organizando os seus associados e estabelecendo diversas ações de fomento e visão empreendedora dos seus negócios no setor livreiro. Na segunda fase, a Câmara do Livro busca comunicar-se com os diversos públicos: imprensa, empresários, poder público, comunidade em geral e formadores de opinião, posicionando-se como entidade representativa do setor e, principal interessada no seu fortalecimento e qualificação.
Assim, a Feira do Livro de Pelotas a partir de 2008, por meio de lei municipal, deixou de ser de “responsabilidade” da Prefeitura, assumindo um caráter privado o que tornou sua realização bastante desafiadora extrapolando de forma conceitual os objetivos a se propõe, além do interesse comercial dos seus envolvidos.
A construção de parcerias estratégicas com os diversos setores representativos do desenvolvimento econômico e cultural regional, faz parte desta nova concepção ligada à visão da economia criativa, que visa estabelecer as relações entre as diversas instituições e a comunidade e, dentro desta visão, está o envolvimento efetivo das Universidades por meio de seus projetos de extensão.
O resultado, conjunto de todas estas ações construídas em prol do evento da Feira do Livro, está inserido ao novo ciclo de desenvolvimento da zona sul a partir do pólo naval, universitário e de suas demandas, entre elas a cultura.
As etapas e o objetivo
Todo o grande projeto deve ter uma estrutura e apoio, que possibilite o planejamento de ações práticas de sua organização, o que chamamos de pré-produção, e que envolve profissionais e recursos financeiros, tanto no processo de elaboração de projetos quanto em sua execução. Os investimentos realizados no processo de pré-produção muitas vezes desconhecidos do público, não constam nas narrativas ou nas análises daqueles que formam opiniões críticas sobre a organização do evento, contribuindo de maneira negativa para a captação de apoios e patrocínios junto a empresas potencialmente interessadas em associar a sua marca a um evento de sucesso.
O desafio que nos impõem a 38ª edição da Feira do Livro de Pelotas é a de preparar em parceria com a Prefeitura Municipal de Pelotas e outras entidades afins, as comemorações dos 200 anos da cidade e, os 40 anos da realização do evento literário. Portanto, o envolvimento de toda a comunidade conscientizada da importância e da relevância da Feira do Livro, além dos resultados que promovem à cidade, tem que ter efetiva participação de todos.


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